Los Hermanos foi uma banda brasileira de rock alternativo formada no Rio de Janeiro em 1997, que mistura rock com MPB, além de ter flertado com o ska e o Hardcore, este principalmente em seu álbum de estreia. O som do grupo foi fortemente influenciado por bandas do underground carioca dos anos 90, tais como Acabou La Tequila, Carne de Segunda e Mulheres Q Dizem Sim, entre outras, e pelo som de bandas estrangeiras como Weezer, Mr. Bungle e Squirrel Nut Zippers.
História
O início e a repercussão
Até então estudantes da PUC-RJ, Marcelo Camelo (jornalismo) e Rodrigo Barba (psicologia) formaram uma banda que contrapunha o peso do hardcore com a leveza de letras sobre o amor. Além disso, a banda contava com um saxofonista e, posteriormente, o tecladista Bruno Medina, estudante de publicidade na mesma faculdade, foi incorporado à formação do grupo. Com a entrada dos músicos Rodrigo Amarante (vocais, guitarra e percussão) e Patrick Laplan (baixo) e com a saída de três músicos de sua formação (o trompetista Márcio e os saxofonistas Carlos e Victor), a banda gravou, em 1997 seus primeiros materiais: as demos “Chora” e “Amor e Folia”.
As demos repercutiram na cena underground do Rio de Janeiro e, posteriormente, os Los Hermanos foram chamados para tocar no “Superdemos”, grande festival de música independente carioca e no festival Abril Pro Rock, de Recife, considerado um dos festivais que mais revelam artistas nacionais.
Los Hermanos e o single “Anna Julia”
Em 1999, a banda assinou com a gravadora Abril Music e lançou seu primeiro CD, homônimo Los Hermanos, que repercutiu entre o público jovem, identificados com as letras estilo Jovem Guarda, misturadas a um conjunto musical influenciado pelo rock, ska e samba . O sucesso do álbum foi puxado pela música “Anna Julia”, escolhida – pela gravadora – como primeiro single do trabalho. O disco foi produzido pelo famoso produtor Rick Bonadio, conhecido por emplacar bandas-fenômenos. Segundo Bonadio, teria sido ele o responsável por convencer os integrantes da banda a inserir a canção na seleção do repertório final do CD. O single é inspirado numa paixão do produtor da banda e levou a banda não só às rádios de todo o país, mas a eventos diversos, como feiras agropecuárias, estádios de futebol e micaretas, e a tocar para mais de 80 mil pessoas em alguns festivais do país, mesmo com um único disco lançado. A banda era presença constante em programas populares de auditório em canais abertos. Em apenas um semestre, “Anna Julia” já figurava nas primeiras posições das principais rádios do país. Seu videoclipe, que contava com a atriz Mariana Ximenes, era constantemente exibido em programas dedicados ao gênero tanto nos canais abertos, como na MTV. Somente naquele ano, “Los Hermanos” já havia vendido 300 mil cópias e emplacado dois singles na parada de sucesso, como a já citada “Anna Julia” e o segundo single, “Primavera”. O álbum emplacou também uma indicação ao Grammy de 2000.
Na entrega do prêmio Multishow, no ano de 2000, Marcelo Camelo demonstrou estar embaraçado ao ganhar de Chico Buarque na categoria de melhor música, com “Anna Julia”. Envergonhado, disse: “Cara, eu não sei nem o que falar. Eu me sinto envergonhado de ganhar um prêmio em uma categoria em que o Chico Buarque esteja competindo”.
Em 2001, a música “Anna Júlia” foi gravada pelo ex-beatle George Harrison. Antes de seu falecimento, Harrison se juntou ao vocalista Jim Capaldi, do Traffic, para gravar uma versão em inglês para o hit.
Bloco do Eu Sozinho
Dois anos depois, em 2001, o grupo lança o álbum “Bloco do Eu Sozinho”, também pela Abril Music. Algumas das músicas desse álbum, foram tocadas no Rock in Rio III. A banda perdera o baixista Patrick Laplan, alegando divergências musicais, o qual montou sua própria banda, Eskimo. “Bloco…” surpreendeu grande parte do público por ser um álbum (quase) sem resquícios do anterior. Ao som da banda, acrescentaram-se levadas melancólicas do Samba, da Bossa Nova e de outros ritmos latinos. A euforia do primeiro CD não se repetiu nas vendas e a banda passou a tocar em lugares menores, com a diminuição de seu público. Porém, a partir desse ponto, a banda ganhava um grande aliado em sua caminhada, justamente o público, que se mostrava cada vez mais fiel. Músicas como “Todo Carnaval tem seu Fim” (primeiro single), “A Flor”, “Sentimental”, entre outras, tornaram-se hits à parte do lado comercial. Depois de algum tempo do lançamento, a crítica especializada começaria a elogiar o álbum, que ganhou notoriedade no meio após ter chegado ao conhecimento de todos a divergência que havia entre a banda e a gravadora. O guitarrista Rodrigo Amarante, passou a ter mais espaço na banda, com composições como “Retrato Pra Iaiá”, “Sentimental”, “Cher Antoine” e “A Flor” (essa com Marcelo Camelo). Seguiram-se ainda participações no “Fordsupermodels” (a banda tocava em um palco, fazendo a trilha sonora para o evento de moda), e no Luau MTV, no qual foram incluídas, em versão acústica, músicas do primeiro e do segundo CD, e que mais tarde seria lançado em DVD.
Ventura
O ano de 2003 chegava e já na BMG (atual Sony Music), os Hermanos lançaram o álbum “Ventura”. Antes chamado de “Bonança”, foi o primeiro disco brasileiro a “vazar” em sua fase de pré-produção. O terceiro álbum apresentava um Los Hermanos multi-facetado. De “Samba a Dois” ao pop rock de “O Vencedor” ou dos diálogos de “Conversa de Botas Batidas” e “Do Lado de Dentro”, “Ventura” vinha com status do álbum que consolidaria a banda no cenário nacional. O primeiro single, “Cara Estranho”, marcou boa presença nas rádios e em premiações de videoclipes. Vieram depois “O Vencedor” e “Último Romance”, essa última de Rodrigo Amarante, que assinou 5 das 15 músicas do CD e passou a se destacar como compositor do cenário. A cantora Maria Rita em seu álbum homônimo, gravou três músicas de Marcelo Camelo: “Santa Chuva”, “Cara Valente” e “Veja Bem Meu Bem”. Os shows passaram a abrigar uma legião de fãs que passaram a ser a marca registrada da banda. Foi na turnê de “Ventura”, que foi registrado o DVD “Ao Vivo no Cine Íris”, gravado no Rio de Janeiro, com um repertório predominante do CD. Foi nesta época que a banda gravou a trilha sonora do curta-metragem “Castanho”, de Eduardo Valente, na qual o estilo do disco ficou muito evidente na primitiva versão de “Conversa…” e da canção conhecida só por “Tema do Macaco”.
Na apresentação da banda no VMB do ano de 2003, foram apresentados pelo cantor e compositor Caetano Veloso. Ao anunciar a banda, Veloso colocou uma barba ruiva postiça, tal como todos os membros das primeiras filas da premiação. Ato classificado como “mico”, pelo tecladista Bruno Medina.
Em janeiro de 2004, a banda se apresentou no programa Domingão do Faustão. Durante o programa, a banda tocou a música Anna Julia, devido a insistência do apresentador Fausto Silva em dizer que a banda “nunca mais tocara” a canção. A banda recebeu um e-mail de uma fã, questionando e criticando o apresentador. Essa crítica foi rebatida pelo tecladista Bruno Medina, no próprio site da banda.
Em julho de 2004, o vocalista Marcelo Camelo foi agredido pelo vocalista Chorão, da banda Charlie Brown Jr. A agressão ocorreu na sala de desembarque do aeroporto de Fortaleza e o agressor, chegou a ser detido pela Polícia Federal.Charlie Brown Jr., mesmo enviando uma nota pedindo desculpas pelo acontecimento, foi processado por Camelo e teve que indenizar o cantor da banda carioca por danos morais e ressarcimentos de compromissos cancelados. A agressão ocorreu por causa de declarações de Marcelo Camelo e de Rodrigo Amarante, à revista OI, sobre a então recente campanha publicitária da marca de refrigerantes Coca-cola. Na ocasião, a banda paulista era a contratada e, no vídeo, questionava um rapaz que não estava de acordo com os itens oferecidos no comercial
4
Em 2005 chega o quarto CD da banda, “4”. Produzido por Alexandre Kassin, que assinara os dois últimos, o álbum mostrava um conteúdo mais introspectivo e uma aproximação mais impactante com a MPB. O disco, no entanto, seria considerado “irregular” pela grande crítica. Seja no violão de “Sapato Novo” e na bossa de “Fez-se Mar”, ou a predominância de um clima saudoso nas letras de Camelo e Amarante, “4” dividiu novamente o público: a banda estava em mais um novo rumo. O álbum teve como single de bastante repercussão a música “O Vento” do guitarrista Rodrigo Amarante. Seguiram-se a esse single “Condicional” e “Morena”, ambas as músicas com clipes lançados ao mesmo tempo.
Hiato
Em abril de 2007, a banda anunciou um recesso por tempo indeterminado nos trabalhos, alegando o acúmulo de muitos projetos pessoais ao longo de seus dez anos de carreira.
Os dois vocalistas da banda lançaram, no ano de 2008, seus respectivos trabalhos durante o hiato da banda. Camelo lançou seu disco de inéditas, chamado Sou e outro depois chamado Toque Dela e Amarante se juntou a Fabrizio Moretti, baterista da novaiorquina The Strokes para lançar o projeto Little Joy.
Mesmo em recesso, a banda realizou duas apresentações no festival Just a Fest, nos dias 20 e 22 de março de 2009, nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, respectivamente. Nos shows, abriu junto com a banda alemã Kraftwerk para a banda inglesa Radiohead. Nestas apresentações, a banda tocou pela primeira vez em um show a música ‘Cher Antoine’, de seu segundo álbum, Bloco do Eu Sozinho.
Em 2010, a banda deu início a uma mini-turnê pelo Nordeste. Os shows em Fortaleza (no Ceará Music), Salvador e Recife foram confirmados por Bruno Medina em sua coluna no portal G1. No mês de Outubro a banda tocou no festival SWU, realizado no interior de São Paulo. Apesar dessa pequena quebra no hiato, nenhuma notícia sobre álbum novo foi confirmada.
Integrantes
Rodrigo Amarante – vocais, guitarra e baixo
Rodrigo Barba – bateria
Bruno Medina – teclado
Marcelo Camelo – vocais, guitarra e baixo
Banda de apoio
Gabriel Bubu – guitarra e baixo
Marcelo Costa – saxofone e clarinete
Bubu Trompete – trompete
Mauro Zacharias – trombone
Ex-integrantes
Patrick Laplan – baixo
Demos
1998 – Amor e Folia
1998 – Chora
Álbuns de estúdio
1999 – Los Hermanos
2001 – Bloco do Eu Sozinho
2003 – Ventura
2005 – 4
Álbuns Ao Vivo
2002 – Luau MTV
2004 – Los Hermanos no Cine Íris
2007 – Ao Vivo na Fundição Progresso
Coletâneas
2006 – Perfil
Não-oficiais
2001 – Bloco do Eu Sozinho, Ensaios – Pré-produção do CD homônimo
2003 – Bonança – Pré-produção do disco Ventura
Covers e outras Musicas
(Este não é um Álbum Oficial da banda, É um punhado de covers e outras musicas não gravadas que eu mesmo montei, Ao todo são 22 músicas)